segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Das diferenças

Escolhi um trabalho em que meus frutos não me alimentam, mas não são estranhos a mim.

Meu fruto sou eu disseminando, disseminado.

Minha arte é minha vida e pertenço a ela.

Não pretendo ser meu próprio assassino.

Mas se meu sangue fraquejar, se já não houver saída...



Aos nossos filhos

Perdoem a cara amarrada,
Perdoem a falta de abraço,
Perdoem a falta de espaço,
Os dias eram assim...

Perdoem por tantos perigos,
Perdoem a falta de abrigo,
Perdoem a falta de amigos,
Os dias eram assim...

Perdoem a falta de folhas,
Perdoem a falta de ar
Perdoem a falta de escolha,
Os dias eram assim...

E quando passarem a limpo,
E quando cortarem os laços,
E quando soltarem os cintos,
Façam a festa por mim...

E quando lavarem a mágoa,
E quando lavarem a alma
E quando lavarem a água,
Lavem os olhos por mim...

Quando brotarem as flores,
Quando crescerem as matas,
Quando colherem os frutos,
Digam o gosto pra mim...

Digam o gosto pra mim...

De Ivan Lins e Vitor Martins



(...) quando já não puder mais sentir o sabor, quando perder o direito de fechar os olhos e abrir as portas, atendam ao pedido deste simples menino e digam o gosto pra mim, digam aos nossos filhos que já fui pássaro, que já fui flor, mas digam que ainda não fui...

8 comentários:

Freddy Costa disse...

Ando distante, mesmo bem próximo...
Perdoem também minha ausência no meu blog e no de vocês todos, os poucos tudo volta ao seu lugar, eu acho...

CA Ribeiro Neto disse...

Freddy, meu querido, que postagem é essa?

Primeiro, eu não conhecia essa música do Ivan Lins, mas cara... estremeci com essa letra. Um filme inteiro passa em minha cabeça e um minhas auto-torturas também...

Quanto a sua parte da postagem, não menos especial, não menos significante. Você tem o dom da palavra, amigo!

A moça da flor disse...

concordo plenamente com o senhor acima
vc realmente tem o dom!
depois dessa recolho minha insignificancia... ._.
beijoooooooos

Pedro Gurgel disse...

Digam que aqui estou!

êita textão! mermão, mah, se garantiu mermo!

Thiago César disse...

mash, tu tah precisando de ajuda?
heheuha!
to frescando...
soh posso dizer q tu foi mazela.

Marcella disse...

Freddy...

Paulo Henrique Passos disse...

Gosto muito de reticências nos textos, permitem sempre ao leitor uma sensação de... aperreio, apreensão, sei lá.

Enfim, gostei muito dos textos, os dois são muito fortes, são daqueles que, mesmo não entendendo perfeitaente, impressionam pela força, pela imponência das próprias palavras.

Hermes disse...

Que letra assustadora essa. Não conhecia, oportunidade de conhecer agora. Tem problema em ficar ausente não, mas volte logo, hein rapaz. Ao menos o logo você define.